Cerâmica do RJ extrai a argila e já recupera área degradada
Como forma de não degradar o meio ambiente, a cerâmica Santa Izabel, no Rio de Janeiro, faz a extração da argila e, em seguida, a recuperação da área degradada. “Temos um plano de recuperação de área degradada, onde devolvemos uma parte do aterro ou saibro mantendo o caimento do terreno, conforme o projeto de drenagem e o levantamento planialtimétrico da área de extração mineral a ser recuperada, finalizando com a camada de material orgânico e o replantio da vegetação existente anteriormente”, explicou engenheiro civil Bruno Florentino Menon.
Segundo ele, o processo de extração de argila é feito através decapê – remoção do material orgânico e vegetal. Este mesmo material é utilizado para recuperação, sendo depositada próximo à frente de lavra. Depois disso, conforme o engenheiro, uma parte do saibro ou aterro é retirada para recuperação e outra parte para construção civil e, finalmente, a argila para cerâmica vermelha.
O trabalho de extração e recuperação ao mesmo tempo é realizado pela cerâmica Santa Izabel desde 2004. A empresa possui terreno próprio para extração e uma área que é arrendada para fornecimento de argila para cerca de 30 cerâmicas, localizadas entre Itaboraí, Tanguá e Rio Bonito, no estado do Rio de Janeiro. Aproximadamente 12 mil toneladas de matéria-prima são distribuídas às empresas da região.
“A parte arrendada é de propriedade de terceiro. A fim de nos adequarmos às Normas e Legalidades Ambientais estabelecidas pelos órgãos públicos, nós contratamos a Empresa Greendetalle Engenharia e Consultoria para nos auxiliar no cuidado de todos os processos ambientais da empresa no âmbito federal, estadual e municipal”, explicou Menon.
Conforme o engenheiro civil, um dos benefícios de extrair e já recuperar a área é que o custo do metro cúbico da argila já sai com extração + recuperação. “Então acrescenta o valor no início da atividade, pois com isso a empresa elimina todo o passivo ambiental”, acrescentou.
Ainda conforme Menon, a cerâmica Santa Izabel, que tem produção mensal de 1 mil toneladas de blocos de vedação, desenvolve ações de melhorias contínuas quanto à sustentabilidade. “Acreditamos que o desenvolvimento econômico tem que estar aliado à preservação do meio ambiente. Portanto, nos preocupamos em prover as necessidades do presente sem comprometer os recursos naturais para as gerações futuras. Dentro dessas perspectivas, para mitigar as emissões dos GEE instituímos ações como, substituição de fontes energéticas, com a substituição do combustível não renovável (óleo BPF) por renováveis e também o replantio da vegetação pré-existente na área de extração além do exigido pela legislação em parceria com a Sustainable Carbon que administra a Metodologia do Carbono Social desenvolvida pelo Instituto Ecológica”, explicou.
Menon também acrescentou que a legislação ambiental em vigor possui medidas capazes de coibir, controlar e compensar eventuais impactos ambientais a fim de promover o desenvolvimento sustentável. “No entanto, deveria estabelecer normas e regras claras e objetivas que tornem o processo mais ágil, pois para tirar a licença ou renová-la demanda muito tempo e altos custos (taxas e serviços ambientais) fazendo com que o processo se torne um obstáculo ao crescimento do negócio e consequentemente do país”, complementou.
Matéria publicada na Revista NovaCer - Edição Agosto - 2014